
O presidente do Luverdense, Helmute Lawisch, lamentou muito a ausência do
governo do Estado e da Assembleia Legislativa na campanha do time no Campeonato
Brasileiro da Série C, deste ano. Em entrevista coletiva à imprensa, após ser
eliminado da semifinal para a Chapecoense e não ter obtido o tão sonhado acesso
à Segunda Divisão do futebol nacional, o dirigente, em tom de desabafo,
agradeceu o apoio dos torcedores de Lucas do Rio Verde que lotaram o estádio
Passos da Ema, mas revelou sua mágoa em não ter contado com respaldo político e
financeiro das principais autoridades de Mato Grosso.
"Muito obrigado o
povo de Mato Grosso que esteve com a gente, sonhando com o acesso à Segunda
Divisão, mas lamento a ausência de algumas pessoas que poderiam ser decisivas
nesse processo de crescimento do futebol mato-grossense. Não vou citar nomes,
mas vocês (imprensa e torcida) sabem quem faltou no dia de hoje (quinta-feira)
para também nos apoiar", desabafou o dirigente.
Para o dirigente, a
vitória de 1 a 0, resultado insuficiente para assegurar a vaga à Série B do
próximo ano, prova o quanto o time do Luverdense fez uma grande campanha no
torneio nacional. "Não estamos querendo achar culpados pelo insucesso do acesso
à Série B. A nossa campanha tem que ser muito comemorada, pois pela primeira vez
sentimos o gosto de chegar bem próximo da elite do futebol brasileiro. Foi uma
campanha inédita, para ficar para história. Faltou pouca coisa, faltou apoio das
nossas autoridades", frisou, ressaltando que a maioria dos 20 clubes que
disputou a Série C deste ano, contava com o apoio de seus governos
estaduais.
"Mostramos para o Brasil que Mato Grosso sabe fazer futebol
profissional, mas a indignação é pela indiferença das autoridades", disse.
Segundo Helmute Lawisch, o Luverdense se manteve na Série C com apoio do
empresariado de Lucas do Rio Verde que acredita no projeto do clube em chegar à
Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro.
A maior revolta da diretoria
do time atual campeão mato-grossense é que o governo do Estado está em dívida
não só com o Luverdense, mas com outras equipes que estiveram disputando o
Estadual da Primeira Divisão deste ano. Pelos cálculos de Lawisch, só o seu
clube tem a receber dos cofres públicos estadual aproximadamente mais de R$ 1
milhão.
"O governo promete nos ajudar com dinheiro, porém não cumpre. Há
muito tempo vem prometendo pagar, mas não sai da promessa. Estamos prestes a
receber uma Copa do Mundo, maior evento esportivo e o governo não ajuda o
segmento futebolístico. Hoje, poderíamos nos orgulhar de ter um time na Série B
do Brasileiro. Mas ficamos de fora por detalhes, detalhes esses que são a
omissão do poder público de Mato Grosso", desabafou.
Quanto ao futuro do
Luverdense, o dirigente afirmou que o clube entrará de férias e voltará em
dezembro com a divulgação do planejamento para a próxima temporada. "Vamos
descansar a cabeça, fazer uma avaliação bem profunda e ver quem quer permanecer
conosco", disse, destacando que há o interesse do clube em renovar com a maioria
dos jogadores que participou da campanha desenvolvida na Série C. "Não estamos
mandando ninguém embora", complementou.
Mas ainda no estádio Passo das
Emas com as luzes sendo apagadas, o técnico Dado Cavalcante, que assumiu a
equipe no início do Mato-grossense na vaga de Éder Taques, adiantou que
dificilmente continuará em Lucas do Rio Verde. "Até que gostaria de ficar, mas
temos questões familiares para resolver e que certamente atrapalharão a nossa
permanência no clube. Estou com casamento marcado e quero ficar mais próximo da
minha família", revelou Cavalcante. Segundo o treinador, cabe a diretoria do
clube dar continuidade ao trabalho desenvolvido.
Fonte: SportSinop/Valcir Pereira e A Gazeta
Foto: Redação/SportSinop