
Um grupo formado pelo empresário Ranmed do Posto, o médico Fauser Chauchua, o
consultor de investimentos Igor França Garcia e o advogado Ussiel Tavares, entre
outros, articula a formação de um Conselho Gestor para
administrar o Mixto Esporte Clube. Um projeto visando resultados a curto, médio
e longo prazo, objetiva colocar o Alvinegro na Série A do Campeonato Brasileiro
até 2017 e prevê também uma completa reformulação do Estatuto do clube.
O presidente Hélio Machado não tem participado das reuniões, mas diz estar
sendo informado sobre o “andamento das conversas” e garante aprovar a idéia. O
novo modelo administrativo seria implantado a partir de 2013 criando
‘presidências independentes’ para cada setor e no caso do futebol o atual
presidente do clube é o mais cotado. “Nunca quis tomar conta do Mixto sozinho,
sempre pedi ajuda.
Acho que esta idéia é boa. Eles tem me falado que serei o
homem do futebol, ótimo, estou pronto para continuar ajudando”, frisou o
dirigente, mais preocupado, no entanto, com o atual momento:
- O agora é urgente. Temos dívidas e não conseguimos receber o dinheiro que
temos direito. Então temos que solucionar esta situação atual para trabalharmos
o futuro com mais tranqüilidade – frisou Machado, ainda aguardando o repasse do
Governo do Estado.
Sobre a nova proposta administrativa para o clube, o site Mixto Net publicou
ume entrevista com o consultor de investimentos Igor França Garcia, que você
acompanha abaixo, na íntegra:
MIXTONET: Vocês estão propondo uma reformulação geral no Mixto. Essa
reformulação passará por uma alteração no seu Estatuto, a implantação de uma
nova forma de arrecadação e finalizando na forma de administrar o clube. O
Mixto, mesmo com essas dívidas, é viável?
Igor –
Absolutamente viável, mas antes, deixe-me corrigi-lo, pois se estamos tratando
do Mixto, estamos tratando de um time e não mais de um clube. A falta de
preocupação com o Mixto como uma associação ou uma empresa, fez com que seu
patrimônio fosse dilapidado e hoje só lhe restou o time e sua história gloriosa
nas lembranças. Nem físico como troféus, isso não temos mais. Respondendo sua
pergunta, vou lhe propor um negócio. O que você acha, de se tornar meu sócio
vendendo comigo um produto que as pessoas precisam dela para viver? Você achará
que é um excelente negócio. Agora, se eu lhe convidar para ser meu sócio
vendendo um produto que as pessoas não necessariamente precisam para viver, mas
não sabem viver sem esse produto? Você provavelmente irá me perguntar.
Maravilha, existe esse produto? Sim e é o Mixto. Temos que ver o Mixto como um
produto, do qual temos vários consumidores, espalhados em Cuiabá, no Mato Grosso
e até no Brasil, ávidos por consumir produtos do Alvinegro. O que falta é
fazermos a nossa parte e produzir produtos para esse consumo, como camisas
retros, cadernos, porta-latas, chinelos, chaveiros, bonés, camisas infantis,
camisas femininas e etc… Nem a camisa que o Mixto jogou esse ano, achávamos em
loja para consumir. O Mixto é absolutamente viável. Se o Cuiabá e o Mato Grosso
(antigo Palmeiras do Porto) são viáveis, porque o Mixto que tem torcedores não
seria? Só que isso só será possível se mudarmos a nossa mentalidade e passarmos
a tocar o Mixto como os dois times citados acima.
MIXTONET: E essa
mentalidade precisa mudar aonde?
Igor – Eu sempre
digo que o Mixto precisa ser gerido como se fosse uma empresa e fiscalizado como
se fosse um órgão público. Para trazermos essa gama de consumidores para o Mixto
precisamos dar credibilidade ao negócio e isso só conseguiremos, se implantarmos
sistemas de controle financeiro e elaborarmos balanços contábeis, Balancetes
mensais e demonstrativos de resultados de exercício e expor isso nas reuniões e
no site oficial. Para uma empresa se tornar de capital aberto e poder operar na
Bolsa de Valores, no intuito de “angariar” recursos de terceiros,
obrigatoriamente ela precisa abrir sua contabilidade ao público. Se não, a CVM
(Comissão de Valores Mobiliários) não dá autorização para isso. Assim tem que
ser o Mixto. Se não formos transparentes, o torcedor não vai acreditar nessa
nova filosofia de administração do Alvinegro. O programa sócio-torcedor não irá
andar. O Mixto não é meu e nem seu, ele é de todos nós e por esse motivo precisa
ser transparente. O empresário que quer patrocinar o Mixto quer saber para onde
o dinheiro dele está indo. Ninguém quer dar dinheiro para o Mixto. Quer
tornar-se um parceiro, patrocinando e vendo para onde esse dinheiro está sendo
aplicado. Defendo até a idéia de que os patrocinadores devem ser convidados a
participar de reuniões com prestação de contas. Se nós como torcedores somos
interessados, imagina o interesse de quem patrocina então.
MIXTONET:
Já que você mencionou o programa sócio-torcedor, gostaria que você falasse um
pouco dele. Dá para implantar o programa “Orgulho de ser Alvinegro, de ser
cuiabano”?
Igor – Claro que sim. A princípio, eu
tinha a impressão que isso era possível somente com times grandes, pois você
ganharia dinheiro na produção, na quantidade de pessoas. Até que o meu time em
Minas, o América Mineiro, resolveu implantar o sócio-torcedor intitulado “ONDA
VERDE”, que tem 5 categorias diferentes. Se o América, que leva em média 1.500
pessoas no Independência fez, o Mixto que levou cerca de 8.000 pessoas na final
com o União em 2008 perfeitamente pode implantar isso. Eu estou tendo contato
com o pessoal do Mato Grosso F.C., que está me passando mais ou menos a parte
administrativa de um clube e você acredita que eles já arrecadaram esse ano o
equivalente a R$ 200 mil com trabalho de marketing? Você está surpreso, né? Eu
também fiquei. Como podem ter levantado tudo isso se a média de público deles
não passava de 100, 150 pessoas no Estadual de 2012 e levantaram cerca de R$ 200
mil com marketing? O Mixto pode muito mais do que isso, só precisa levar sua
administração a sério, sem ficar contando com dinheiro público para montar bons
times.
MIXTONET: E como irá funcionar o programa sócio-torcedor?
Preços, produtos, o que será oferecido ao torcedor?
Igor
– O negócio em si eu quero fechar junto com os demais presidentes do
Conselho Gestor. Mas já te adianto uma idéia. Peguei todo o projeto do programa
ONDA VERDE, que me foi cedido gentilmente por um dos presidentes do América, e
fui lendo o que o torcedor paga e o que o programa oferece. Muitas coisas não
podemos fazer ainda, como utilização do clube e tal…. Mas fazendo as contas…. Só
eu esse ano, somando tudo que gastei com ingressos para mim e minha esposa, 7
camisas para nós e os meus meninos e uma bandeira de um camelô na porta do
Dutra, gastei o equivalente a R$ 1.130,00 no ano. Dividindo por 12, seria uma
parcela de R$ 95,00. Aumentando aí o custo do envio desse material pelo correio,
impostos, despesas administrativas, mais um lucro de 30% para o Mixto pela
comercialização, dá para fazer um programa sócio-torcedor “MASTER”, cobrando
próximo de R$ 120,00 mensais, e com isso garantindo ao torcedor todos os
ingressos para ele e mais um acompanhante e direito a 4 ou 5 camisas, tudo
entregue na casa dele. É claro que teremos preços mais acessíveis, como um de R$
29,90, mas como te falei, para a formatação final quero sentar com os outros
presidentes para definir isso. É mais ou menos isso que podemos fazer. E o
melhor. Nesse preço, já estou computando ingressos para as fases decisivas como
semifinal e final. Se por uma obra do acaso não chegarmos nessas fases, pelo
menos a receita desses ingressos já garantimos ao Mixto. A Europa inteira faz
isso e o Brasil também está fazendo. Só que, mais uma vez, isso só dará certo,
se mostrarmos para os torcedores que somos confiáveis e que esse dinheiro irá
realmente para o desenvolvimento do Mixto.
MIXTONET: E a confiança
do torcedor vai voltar quando?
Igor – Quando ele
mesmo decidir que quer isso no Mixto. De nada adiantará implantarmos CONSELHO
GESTOR, reformulação do Estatuto, sócio-torcedor, se continuar indo 10 “gatos
pingados” nas reuniões do Conselho. O torcedor precisa fazer parte da vida do
Mixto. Precisa ir lá nas reuniões para ver o trabalho que está sendo feito e
tacar o dedo nas nossas caras, se eles estiverem duvidando de algo. Se não, não
conseguiremos mudar a cara do Mixto e dificilmente um empresário irá patrocinar
o time, pois o empresariado não agüenta mais “gastar” dinheiro com o Mixto e não
ver algo sério, que caminhe direito. Perceba que nem falei de retorno, ele só
quer associar a marca dele a algo sério, de credibilidade. Você quer um exemplo
mais recente? Mauro Mendes. Mais do que nunca esse empresário bem sucedido,
tinha interesses subliminares em patrocinar o Mixto e não fez. E olha que
correram atrás dele viu…..Ninguém acredita no Mixto mais. Mesmo precisando
dele.
MIXTONET: Vocês estão propondo alterar o Estatuto do Mixto,
mudando o regime presidencialista para um regime parlamentarista. Já existe algo
parecido no Brasil, de clube tocado dessa forma?
Igor
– Sim, o América Mineiro. Foi das reuniões que participei esse ano do
Conselho que fui vendo que poderíamos implantar aqui o que foi feito desde 2004
no América. Em 2004 o América se viu afundado em dívidas e aconteceu a maior
mancha em sua história. Fomos rebaixados para o módulo II do Mineiro (segunda
divisão do Campeonato Mineiro). Vendo que a história do América corria o risco,
todas as lideranças do América se uniram em 2005 e propuseram o CONSELHO
ADMINISTRATIVO. O América acabou com todas as suas oposições e passou a ter 7
presidentes. O América naquela época se via desprestigiado, humilhado,
desacreditado e com uma dívida de mais de R$ 35 milhões em ações trabalhistas e
impostos. O América chegou a estampar na camisa em 2005 o slogan da prefeitura
de BH para abater IPTU atrasado do Independência, do clube social, do clube
campestre e dos 3 Centros de Treinamento. Um desses CT´s inclusive, chegou a ser
penhorado para o pagamento de dívida trabalhista. Foi aí que essas lideranças se
juntaram e propuseram na época pagar as ações trabalhistas implantando um
sistema que eles chamaram de “condomínio de passivo”, que eu cheguei a mencionar
em uma dessas reuniões do Conselho do Mixto. Os presidentes do América se
reuniram com todos os credores e com a Justiça e propuseram um pagamento mensal
dessa dívida em troca da suspensão das ações. Como os 7 presidentes tinham
prestigio todos os credores toparam e foi feito um acordo. A partir de então o
América iniciou uma ascensão incrível, que iniciou disputando o Módulo II do
Mineiro em 2005, só conseguiu a vaga para disputar a Série C do Brasileiro
novamente em 2007 e 2008, enfrentando inclusive o Mixto em Cáceres e ao final de
2011 conseguiram colocá-lo na série A do Brasileiro depois de 10 anos. Hoje,
segundo o presidente jurídico do América, Sr. Paulo Lasmar (primo do Rodrigo
Lasmar, fisioterapeuta do Atlético-MG e da Seleção Brasileira) da dívida de R$
35 milhões restam R$ 3 milhões, que finda na metade de 2013 e sem o América se
desfazer de nenhum de seus bens e patrimônio. E olha que o América leva em média
de 1.500 a 2.000 pessoas por jogo. Quando lota o estádio é 4.500 pessoas, mas
com ajuda de atleticano e cruzeirense em fases decisivas. O Mixto tem uma dívida
trabalhista que foi levantada no início do ano pelo João Anache que girava em
torno de 1 milhão e 500 mil. Temos que parar de reclamar dos que fizeram a
dívida e parar de pedir ajuda ao Estado para o pagamento dela. Já que eles não
ajudam, temos que fazer o Mixto “gerar” dinheiro para o pagamento dessa dívida
sem usar recursos de patrocinador. Em uma dessas reuniões do Conselho,
apresentei um PLANO DE AÇÃO, com uma visão bem pessimista, mostrando que o Mixto
pode gerar cerca de R$ 750 mil por ano para ajudar no pagamento dessa dívida. E
isso foi antes da conversa com o pessoal do Mato Grosso, me mostrar que eles
conseguiram levantar R$ 200 mil com trabalho de marketing. Quem sabe faz a hora,
não espera acontecer.
MIXTONET: Vocês têm então um certo contato com
a presidência do América Mineiro. Existe a possibilidade de alguma parceria
entre América e Mixto?
Igor – Sim, não só com o
América Mineiro, como o Coritiba. O Ênio Castilho, Coordenador de Comunicação na
Fiemt, que abraçou a idéia comigo e aceitou compor o CONSELHO GESTOR, conhece
desde a infância o presidente do Coritiba. Se ele não nos receber no Couto
Pereira, vamos bater na porta da casa dele (risos…).
Mas voltando ao
assunto…. Um dia desses conversando com outro presidente do América, o Francisco
Santiago (promotor de Justiça em BH), fui contando a ele sobre o Mixto e da
possibilidade de estarmos tocando o Mixto da mesma forma que eles fizeram com o
América. Foi quando liguei, pedindo que me enviassem o Estatuto do América para
tirar como base para o Mixto. Nessa conversa, ele me propôs caso “PROVARMOS” que
o Mixto está organizado, com estrutura para os atletas profissionais, que
poderíamos fazer uma parceria América e Mixto. O América esse ano fez uma
parceria com 2 times do Módulo II do Mineiro, além da Francana (time que o Éder
Taques chegou a dirigir esse ano) e a União Barbarense. Parece-me inclusive, que
os jogadores do América cedidos a União Barbarense conseguiram ascender o time
para a 4ª divisão do Paulista. E detalhe, boa parte da folha do elenco o próprio
América bancou. O Luverdense tem algo parecido com o São Paulo, com o Rafael
Tavares. O São Paulo emprestou o jogador e ainda paga 50% do salário dele. E
isso acontece direto no Brasil. O time do Ipatinga, campeão Mineiro de 2002, era
um time formado 100% com jogadores e comissão técnica do Cruzeiro (o técnico era
o Ney Franco) e o Cruzeiro bancando toda a folha. E por ironia o Cruzeiro perdeu
a final para sua “filial”, como mencionávamos na época. Bom, voltando a conversa
com o Santiago, aí, falei com ele, que beleza, dependendo do que conseguirmos
“melhorar” aqui, eu volto á falar com eles. E perguntei para quando que poderia
começar essa parceria. Imaginei que ele falaria 2014 pra frente e ele me disse
de bate pronto: “início de 2013”. Maravilha isso…. Liguei pedindo Estatuto,
projeto do sócio-torcedor e os caras propuseram um negócio. E o excelente é que
podemos ter jogadores de fora, com nível elevado e com baixo custo, que é o que
mais precisamos para começar a acertar as contas do Alvinegro. Mas você ouviu o
que falei no início, né? Temos que provar para eles que o Mixto está organizado,
se não, “bau-bau” qualquer negociação. E para o América é vantagem, pois nenhum
desses parceiros deles jogaram a série D do Brasileiro. Já imaginou se eles nos
ajudam no acesso a Série C? Mas precisamos provar que moradia e comida os
jogadores terão decentemente aqui. O que não é um acordo né, vamos falar a
verdade… é apenas uma obrigação nossa.
MIXTONET: E o Mixto seria
administrado como?
Igor – A princípio minha Idéia
é termos 8 presidentes divididos em áreas como Administração; Finanças;
Planejamento Estratégico; Marketing e Publicidade; Comunicação; Contábil;
Jurídico; e Futebol. O Futebol seria o único, que teria departamentalização.
Separaríamos o futebol profissional, o especializado, o feminino e a base. Para
que isso? Se tivermos algum problema com o profissional, o presidente irá focar
apenas no profissional e deixará de lado o restante. Por isso, essa é a única
presidência com departamentos. O futuro do Mixto está na base. Times
considerados pequenos precisam revelar jogadores para fazer caixa. Vou te citar
alguns nomes de destaque desse Brasileiro, que o América comercializou, para
fazer caixa. Lembre-se que a media de pública do América é menor que a do Mixto.
Fred no Fluminense, Bruno Mineiro e Moisés na Portuguesa, Gilberto Silva no
Grêmio, Marcos Rocha no Atlético, Fael no Bahia e mais uns aí que eu agora não
lembro…..(risos…).
MIXTONET: E quando isso poderá ser implantando no
Mixto?
Igor – Primeiramente precisamos conversar
com carinho com o prof. Hélio Machado, pois ele é presidente do Mixto, com
mandato até agosto de 2013. Só podemos propor alteração no Estatuto e nova
direção caso ele renuncie para isso. Caso contrário teremos que respeitar o
mandato de sua gestão, pois ele foi eleito para tocar o Mixto até agosto de
2013. Já conversei com o prof. Hélio Machado e eu acho que ele se encaixaria bem
nesse CONSELHO GESTOR sendo presidente de Futebol. A meu ver, não existe pessoa
melhor, que é mixtense e que entende de futebol do que ele mesmo. E minha idéia
não é “entrarmos” assim no Mixto. Vamos seguir os mesmos passos do América.
Propormos a alteração do Estatuto, realizar a assembleia, convocar novos
conselheiros e colocar nossos nomes à disposição para cada cargo e os
conselheiros irão votar nos nomes. Não é uma ditadura, é parlamentarismo. Às
vezes nem eu que sou o pai da idéia seja eleito. Mas se comprarem a idéia, já me
dou por satisfeito.
MIXTONET: E quais são os nomes para compor esse
CONSELHO GESTOR?
Igor – Isso ainda está
engatinhando, mas temos bons nomes como o Ênio Castilho, que já mencionei agora,
que trabalha com planejamento e comunicação na Fiemt e cujo nossos filhos são
amigos e estudam juntos. Temos o Ranmed que é empresário no ramo de
combustíveis, que abraçou a causa depois que viu o projeto. O sr. Humberto que
atua com empréstimos e custódias no mercado financeiro, que inclusive cedeu no
dia em que apresentamos para ele esse projeto uma sala no centro de Cuiabá, sem
custo algum para o Mixto, até o final de 2013. E outros nomes de peso que não me
lembro agora e outros que ainda estamos conversando e apresentando o projeto,
que prefiro não mencionar, pois ainda não tenho autorização para isso. O Antero
(Paes de Barros) é uma pessoa que eu ainda não conversei diretamente, mas fiquei
sabendo que ele gostou da idéia e promete dar suporte. Você deve estar
estranhando a falta de “políticos” nisso, né? Como te falei, precisamos de gente
para trabalhar no Mixto, para fazer o Mixto gerar RECEITA para seu auto-sustento
e ponto final. Acho que temos que parar de falar da dívida do Mixto e parar de
fazer dívida e começar a pagá-la. Se o América fez, e sem perder nenhum de seus
patrimônios, porque nós não podemos? E olha que, mesmo endividado o governo do
Estado financiou a obra da Arena Independência. Mas sabe por quê? Porque eles
resgataram a credibilidade que o América tinha perdido em
2004.
MIXTONET: E não teríamos problemas com vaidade, ego na
administração do Mixto?
Igor – Acredito que não. O
América começou em 2005 com 7 presidentes e em 2012 tem 11. Se tivessem
problemas, ou terminariam com isso ou teriam uma redução de presidentes. Vai
depender também das pessoas que comporem essas presidências, mas, como não temos
VICES, cada presidente entraria para trabalhar e não para estampar o seu nome
para “status”. Como teríamos profissionais especializados, verdadeiros
torcedores dando o seu melhor, creio que não teríamos problema. Os presidentes
do América são administradores, advogados, promotores, engenheiros e apenas um
político, que é envolvido apenas com a comunicação do América. E eu acredito
que sozinhos eles não teriam condições de tocar o clube com os problemas que ele
tinha. E da mesma forma é o Mixto. Quebraríamos as funções, possibilitando tempo
para todos. O prof. Hélio Machado é apenas um para olhar tudo isso que
conversamos essa tarde. Impossível. Eu por exemplo, entendo de números,
finanças, faço orçamentos para as previdências municipais até daqui a 75 anos,
já informando o quanto elas gastarão com BENEFÍCIOS em 2.087, mas não entendo
nada de leis e futebol. Se você me coloca como presidente do Mixto em um regime
presidencialista, você mataria o meu melhor e eu acredito que continuaríamos com
o mesmo problema. Mas como te falei, se o torcedor não sair da arquibancada, dos
sites, das conversas informais, dificilmente iremos implantar tudo isso no
Mixto. Precisamos de gente para apoiar essa idéia e para apontar seus dedos para
nós, se acreditarem que algo está errado. O sr. Rômulo e o sr. Antônio, por
exemplo, torcedores e conselheiros do Mixto, que tive o prazer de conhecer
nessas reuniões, ambos são auditores do Tribunal de Contas do Estado e propus à
eles comporem o Conselho Fiscal. Não só eles, mas tenho certeza que temos
torcedores nas arquibancadas, que poderiam compor o Conselho Fiscal ou o
Deliberativo. Precisamos de gente com competência, experiência e principalmente
boa vontade e amor ao Mixto para fiscalizarmos o time. Como falei, 10 gatos
pingados por reunião, não levarão o Mixto á lugar nenhum.
MIXTONET:
Quer deixar alguma consideração final?
Igor –
Quero deixar para os mixtenses, que esse PROJETO DE REFORMULAÇÃO é o sonho de um
torcedor que foi e que “vai” a todos os jogos com sua esposa, filhos e um
instrumento para tocar com a Boca Suja, tentando incentivar o Mixto. É o sonho
de um torcedor que sentou o ano inteiro nas reuniões do Conselho, mesmo não
sendo conselheiro, no intuito de ajudar o MIXTO de alguma forma. E por gostar do
Mixto, de querer vê-lo melhor cada vez mais, para o meu repenique tocar para 5
mil, 10 mil pessoas, bolei todo esse PROJETO porque quero ver um time criado por
cuiabanos lá em cima. Minha família materna inteira é de Cáceres e, portanto,
sou “meio” mato-grossense. Você quer responsabilidade maior, do que você
explicar suas boas intenções, para o filho do sr. Ranulfo, criador do futebol no
Mixto? Eu queria que o torcedor sentisse isso também. Meus meninos de 11 anos e
de 2 anos são doidos pelo Mixto. O pequeno não pode ver o escudo do Mixto, que
ergue um dos braços e começa a cantar: “pai! oooo”……. Quero que eles tenham a
mesma emoção que eu tive com o meu pai quando era criança e ele me levava para
ver seu querido América Mineiro. E quero sentir toda a emoção, que o meu pai
teve comigo, levando os meus filhos aos jogos do Mais Querido. Deixem-me sentir
isso. Não vamos deixar o Mixto morrer. Ou fazemos o Mixto gerar riqueza para o
pagamento da dívida ou vamos seguir o mesmo caminho de Operário, Dom Bosco,
Operário-MS, Atlético Mato-grossense e etc…
Fonte: SportSinop/Valcir Pereira e Craques do Rádio
Foto: Redação/SportSinop