
Por Olímpio Vasconcelos *
A bagunça do campeonato Mato-grossense assusta. O amadorismo impera na Federação que administra a principal competição do estado. A falta de público nos estádios, a baixa média de gols, a péssima qualidade dos gramados, os salários atrasados, fórmula de disputa esquisita, mudança constante na tabela de jogos, entre muitas outras lambanças causadas pela falta de carinho com as partidas disputadas em Mato Grosso.
Dois times desistiram da competição dias antes do seu início. Vila Aurora e Sorriso enviaram um ofício se licenciando do campeonato, por falta de dinheiro. Vão tomar apenas uma suspensão de dois anos. Isso é fruto da falta de transparência dos contratos firmados com a TV que transmite os jogos, o repasse do Governo Estadual, e a desconfiança das empresas em patrocinar um certame caótico.
Ronaldo Helal no capítulo intitulado como “A crise do futebol Brasileiro: Cultura Brasileira e Modernidade”, do livro “Passes e impasses”, destaca que a modernização do futebol ao redor do mundo colocou o Brasil um passo atrás. Ele fez essa análise pegando a cobertura jornalística na década de 70 e 80. O grande problema que Helal viu no início da década de 80 no Brasil foi os campeonatos deficitários, que eram vistos como resultado do predomínio da mentalidade amadora dos dirigentes e da política da troca de favores entre clubes e federações.
Temos jogadores profissionais e cartolas amadores, esse é um problema da década de 80 no Brasil e que em Mato Grosso se acentua nos dias atuais.
As constantes mudanças das datas e horários das partidas, em razão de acordos entre os clubes ou para adequação da transmissão televisiva, deixam até os torcedores fiéis sem saber quando o seu time vai entrar em campo. Tem que haver um maior rigor nesses detalhes.
O estatuto do torcedor é ferido a todo o momento. Públicos no Dutrinha sempre divulgados abaixo dos presentes, portões abertos sem policiamento, banheiros inadequados, a falta de transparência financeira da entidade que comanda o futebol. São uns dos exemplos de como o torcedor está desprotegido.
Para um estado que está fora dos grandes eixos do futebol, a décima quarta posição no ranking das Federações, ter um clube na série B do Campeonato Brasileiro e a sua capital sediando a Copa do Mundo, são fatores que colocam em evidência o Mato Grosso.
Infelizmente são elementos isolados. Trabalhos desenvolvidos em Lucas do Rio Verde com o time principal e no Rondonópolis com as categorias de base, fazem os amantes do Futebol Mato-grossense acreditarem no crescimento da maior paixão do povo brasileiro.
Acontecimentos novos e ideologias ultrapassadas. Quem administra o futebol precisa renovar as ideias. Deixarem de ser diletantes, e se especializarem no desenvolvimento do futebol em Mato Grosso. Uma reflexão profunda na forma como é conduzido tudo que envolve o esporte jogado com os pés, entretanto os dirigentes precisam usar a cabeça para não o deixar cair no limbo.
* Olímpio Vasconcelos é estudante do curso de Comunicação Social da UFMT, habilitação em jornalismo, e assessor de imprensa do Clube Esportivo Operário Várzea-grandense.
Fonte: SportSinop/Valcir
Pereira e Olímpio Vasconcelos é estudante do curso de Comunicação Social da UFMT, habilitação em jornalismo, e assessor de imprensa do Clube Esportivo Operário Várzea-grandense
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Redação/SportSinop